"Já estamos salvos”, “só a minha igreja
salva”, “Jesus morreu por nós, então estamos salvos”. Ouvi
essas frases várias vezes. No meu Seminário de Vida no Espírito
Santo, ouvi-as novamente, e elas simplesmente não entraram em meu
coração. Não me pareceu certo. Logo, fiz o que todo católico deve
fazer quando tem uma dúvida: recorrer aos três pilares da Igreja: a
Sagrada Tradição, a Sagrada Escritura e o Sagrado Magistério.
Vamos ver o que encontrei?
“Nem
todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos céus,
mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus.
Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não pregamos nós em
vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e
fizemos muitos milagres? E, no entanto, eu lhes direi: Nunca vos
conheci. Retirai-vos de mim, operários maus!” (Mateus 7:21-23)
“Porque
vem o momento em que se começará o julgamento pela casa de Deus.
Ora, se ele começa por nós, qual será a sorte daqueles que são
infiéis ao Evangelho de Deus? E, se o justo se salva com
dificuldade, que será do ímpio e do pecador? Assim também aqueles
que sofrem segundo a vontade de Deus encomendem as suas almas ao
Criador fiel, praticando o bem.” (1 Pedro 4:17-19)
“Entretanto,
aquele que perseverar até o fim será salvo.” (Mateus 24:13)
Todos serão salvos? Não! Mateus diz claramente: “Nem todo
[…] entrará no Reino dos céus, mas sim aquele que faz a vontade
de meu Pai que está nos céus [...]” e “[...] aquele que
perseverar até o fim será salvo”. Só os justos, que fazem a
vontade de Deus e suportam as provações com paciência, sendo fiéis
até o final, herdarão o Reino dos Céus. Pedro confirma: “[...]
que será do ímpio e do pecador? [...]”.
O Catecismo da Igreja Católica (CIC) explica: “A graça do
Espírito Santo tem o poder de nos justificar, isto é, purificar-nos
de nossos pecados e comunicar-nos a 'justiça de Deus pela fé em
Jesus Cristo e pelo batismo'” (“Esta é a a justiça de
Deus pela fé em Jesus Cristo, para todos os fiéis {pois não há
distinção; com efeito, todos pecaram e todos estão privados da
glória de Deus}, e são justificados gratuitamente por sua graça;
tal é a obra da redenção, realizada em Jesus Cristo.” –
Romanos 3:22-24). (CIC 1987)
“Ora,
se morremos com Cristo, cremos que viveremos também com ele […].”
(Romanos 6:8)
Como
é? “Se morremos
com Cristo, […] viveremos também com ele”.
“Desde
então, Jesus começou a pregar: 'Fazei penitência, pois o Reino dos
céus está próximo.'” (Mateus 4:17) Mas,
se já estamos
salvos,
como muitos querem nos
fazer acreditar, por que precisamos
fazer penitência?!
“Assim,
meus caríssimos, vós que sempre fostes obedientes, trabalhai na
vossa salvação com temor e tremor, não só como quando eu estava
entre vós, mas muito mais agora na minha ausência.” (Filipenses
2:12) Não
é preciso trabalhar o que já se tem, concordam?
“A
livre iniciativa de Deus pede a livre resposta do
homem,
pois Deus criou o homem à sua imagem, conferindo-lhe, com
a liberdade,
o poder de conhecê-Lo e amá-Lo. A alma só pode entrar livremente
na comunhão do amor.”
(CIC
2002)
Ninguém
pode tirar nossa salvação a não ser nós mesmos. Deus nos deu
livre-arbítrio para tudo, inclusive para não sermos salvos. O
Demônio pode nos tentar, porém só pecaremos se assim o quisermos.
A
vontade do Senhor, todavia, é que
“[...] todos os homens se salvem e cheguem ao
conhecimento da verdade.” (1 Timóteo 2:4)
A salvação é unicamente Dom de Deus. Nós não a merecemos,
conforme afirma o Catecismo: “Diante de Deus, em sentido
estritamente jurídico, não há mérito da parte do homem. […] O
mérito do homem diante de Deus, na vida cristã, provém do fato de
que Deus livremente determinou associar o homem à obra de
sua graça. […] A adoção filial, tornando-nos participantes,
por graça, da natureza divina, pode conferir-nos, segundo a
justiça gratuita de Deus, um verdadeiro mérito.
[…] Como a iniciativa
pertence a Deus na ordem da graça, ninguém
pode merecer a graça primeira,
na origem da conversão, do perdão e da justificação.
Sob a moção do Espírito
Santo e da caridade, podemos
em seguida merecer para
nós mesmos e para os outros as graças úteis à nossa santificação,
ao crescimento da graça e da caridade, e também para ganhar a vida
eterna.”. (CIC 2007-2010)
“Porque
aqueles que foram uma vez iluminados saborearam o dom celestial,
participaram dos dons do Espírito Santo, experimentaram a doçura da
palavra de Deus e as maravilhas do mundo vindouro e, apesar disso,
caíram na apostasia, é impossível que se renovem outra vez para a
penitência, visto que, da sua parte, crucificaram de novo o Filho de
Deus e publicamente o escarneceram.” (Hebreus 6:4-6)
Sim, Cristo morreu de uma vez por todas para nos livrar do pecado.
Mas há aqueles que, como diz São Paulo, “[...]
se portam como inimigos da cruz de Cristo, cujo
destino é a perdição [...].”
(Filipenses 3:18-19) É como se essas pessoas tivessem
crucificado Jesus novamente, perdendo, assim, o benefício da
penitência. Não há salvação para essas pessoas.
“Meus
irmãos, se alguém fizer voltar ao bom caminho algum de vós que se
afastou para longe da verdade, saiba: aquele que fizer um pecador
retroceder do seu erro, salvará sua alma da morte e fará
desaparecer uma multidão de pecados.” (Tiago 5:19-20)
“O
Senhor disse a Moisés: 'Até quando me desprezará esse povo? Até
quando não acreditará em mim, apesar de todos os prodígios que fiz
no meio dele? Vou destruí-lo, ferindo-o de peste, mas farei de ti
uma nação maior e mais poderosa do que ele.'" (Números
14:11-12)
“A
rebelião é tão culpável quanto a superstição; a desobediência
é como o pecado de idolatria. Pois que rejeitaste a palavra do
Senhor, também ele te rejeita e te despoja da realeza!” (1 Samuel
15:23)
Por fim, o Catecismo alerta: “O caminho da perfeição passa pela
cruz. (“Em seguida, Jesus disse a seus discípulos: 'Se
alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e
siga-me. Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á;
mas aquele que tiver sacrificado a sua vida por minha causa,
recobrá-la-á.'” – Mateus 16:24-25) Não existe
santidade sem renúncia e sem combate espiritual (“Combati o
bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. Resta-me agora
receber a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará
naquele dia, e não somente a mim, mas a todos aqueles que aguardam
com amor a sua aparição.” – 2 Timóteo 4:7-8)”. O
progresso espiritual envolve ascese [prática da renúncia do prazer
e/ou da satisfação com o intuito de atingir dados fins espirituais]
e mortificação, que levam gradualmente a viver na paz e na alegria
das bem aventuranças.” (CIC 2015)
Os Dez Mandamentos são caminho certo de salvação (para ver os
Mandamentos na Bíblia, vá para Êxodo 20:2-17, Deuteronômio
5:5-21 ou Mateus 5:21-48 – Mateus 5
contém o aperfeiçoamento dos Mandamentos, que até então não eram
compreendidos plenamente pelo povo). O sacramento do Batismo é muito
importante para a salvação, embora por si só não a garanta.
(“Quem crer e for batizado
será salvo, mas quem não crer será condenado.”
– Marcos 16:16 / “Pedro lhes respondeu:
'Arrependei-vos e cada um de vós seja
batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos
vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.'”
– Atos 2:38) É por isso que a Igreja Católica insiste em
conceder o Batismo a todos, mesmo às crianças.
“Mas
meu padre/pastor diz que estou salvo por ser de sua igreja...”
Ele mente. Religião e Igreja não são garantia de salvação. O
Apocalipse traz uma prova disso: “Depois disso, vi uma grande
multidão que ninguém podia contar, de toda nação, tribo, povo e
língua: conservavam-se em pé diante do trono e diante do Cordeiro,
de vestes brancas e palmas na mão, e bradavam em alta voz: 'A
salvação é obra de nosso Deus, que está assentado no trono, e do
Cordeiro.'” (Apocalipse 7:9-10)
Não há católicos ou protestantes em todas as nações, tribos,
povos e línguas do mundo; que existem, já existiram e ainda
existirão. Há uma igreja por aí que diz que somente 144 mil
pessoas serão salvas (por causa desta passagem bíblica: “Ouvi
então o número dos assinalados: cento e quarenta e quatro mil
assinalados, de toda tribo dos filhos de Israel […].” –
Apocalipse 7:4), e que tais pessoas correspondem
exclusivamente aos seus fiéis. Ela afirma que basta alguém entrar
nela, será salvo.
Ora, é muita pretensão! Não é preciso recorrer à Bíblia para
constatar a inveracidade dessa informação. Se juntarmos todos os
membros da igreja citada que já existiram (e ainda faltariam os que
existirão!), o número supera em muito os 144 mil do trecho acima (a
igreja foi fundada em 1872. Só em 1999, contava com 750 mil adeptos.
Segundo dados do sítio oficial, atualmente possui mais de sete
milhões e meio de evangelizadores. Por questões éticas, não
citarei o nome da igreja, até porque “tudo vem à luz”. Porém,
os dados são verídicos. Se quiserem pesquisar para obter a
confirmação, fiquem à vontade). Então, o que aconteceria? Uma
espécie de seleção?!
Apocalipse 7 deixa claro: “ […] vi uma
grande multidão que ninguém podia contar, de toda nação, tribo,
povo e língua”. Novamente, não há membros dessa
igreja em toda nação, tribo, povo e língua do globo. Os 144 mil da
passagem constituem um número simbólico. São 12 as tribos de
Israel. 12 vezes 12 resultam em 144 (a multiplicação dá a ideia de
grande quantidade). Os mil são acrescentados para sugerir a noção
de multidão.
Além disso, deve-se levar em conta a seguinte passagem: “E
ouvi o número dos assinalados, e eram cento e quarenta e quatro mil
assinalados, de todas as tribos dos filhos de
Israel. Da tribo de Judá, havia doze mil
assinalados; da tribo de Rúben, doze mil assinalados; da tribo de
Gade, doze mil assinalados; [...] da tribo de Benjamim, doze mil
assinalados.” (Apocalipse 7:4-8) O trecho completo cita
doze tribos, cada qual com doze mil assinalados. Daí se tem que a
explicação acima é verdadeira. O número 144 mil corresponde,
todavia, somente aos membros das tribos de Israel, as doze
referidas. E quanto a estrangeiros, não serão salvos? Novamente,
Apocalipse 7 prova que serão, sim. (“[...] de toda nação,
tribo, povo e língua […].”).
Por fim, cabe lembrar o que São Pedro sabiamente exorta: “Antes
de tudo, sabei que nenhuma profecia da Escritura é de interpretação
pessoal. Porque jamais uma profecia foi proferida por efeito de uma
vontade humana. Homens inspirados pelo Espírito Santo falaram da
parte de Deus.” (2 Pedro 1:20-21) Assim sendo, a Igreja
Católica preza pela interpretação de um conjunto de bispos e
cardeais – a qual, em se tratando de profecias, é sempre
incompleta e está sujeita a erros – em espírito de oração,
sujeita a múltiplos questionamentos e às novas descobertas do
passar do tempo; ao invés do parecer de alguns pastores, muitas
vezes sem formação para tal.
“Porque
Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para
que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o
mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não
é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não
crê no nome do unigênito Filho de Deus.” (João 3:16-18)
Nota: a(s) imagem(ns) que ilustra(m) o post não me pertence(m).
Foi(ram) retirada(s) da Internet.
Nota2: o seguinte sítio foi utilizado como fonte: Igreja Militante.
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