Pages

Subscribe:

Ads 468x60px

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Pai Nosso: A Oração que Jesus nos ensinou (pt. 02)



"Eis como deveis rezar: PAI NOSSO, que estais no céu, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso Reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos ofenderam; e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal." (Mateus 6:9-13)

Continuação do texto que explica o significado do Pai Nosso. Para ver a primeira parte do post, clique aqui. Novamente, faço uso da Bíblia, do Catecismo da Igreja Católica (CIC) e dos artigos de grandes teólogos, fontes indispensáveis para a boa fundamentação da escrita. 

Gostaria de lembrá-los de que o Pai Nosso, apesar de nos ter sido dado pelo próprio Cristo, não tem muito valor se não for rezado com sinceridade – por isso, faz-se necessário refletir sobre suas palavras. Além disso, o que importa não é a quantidade de orações, mas a qualidade. Se, na verdade de seus corações, vocês só conseguirem dizer "Pai, eu pequei. Perdoe-me!", acreditem, será de valor bastante superior. Mas vamos nos esforçar para conversar mais com nosso Pai, certo? ;)

 

Após o "Pai Nosso, que estais no céu" (saudação ao Pai através de adoração e reconhecimento de Sua divindade, ao mesmo tempo em que se faz uma súplica de atenção. Demonstração de confiança e segurança no Senhor), seguem-se os Sete Pedidos. A oração, tal qual se encontra escrita no Evangelho segundo Lucas (Lucas 11:1-4), contém menos pedidos, porém conserva a ideia geral. A seguir, a explicação dos sete pedidos que fazemos a Deus quando rezamos o Pai Nosso. Atentem para a ordem, pois até ela é importante – é a ordem como convém que se peça (enaltecer o Pai, ressaltar que a Vontade dEle é superior à nossa, para só então começar a pedir conforme nossos desejos). 

1. "Santificado seja vosso Nome": reconhecemos a santidade de Deus, Sua Glória, Sua Majestade. Segundo o Catecismo: "A Santidade de Deus é o centro inacessível de seu mistério eterno. [...] Ao criar o homem 'à sua imagem e semelhança' (Gênesis 1:26), Deus 'o coroa de glória' ("Entretanto, vós o fizestes quase igual aos anjos, de glória e honra o coroastes." – Salmos 8:6), mas, pecando, o homem é 'privado da Glória de Deus' (Romanos 3:23). Sendo assim, Deus vai manifestar sua Santidade revelando e dando Seu Nome, a fim de restaurar o homem 'segundo a imagem de seu Criador' (Colossenses 3:10)". (CIC 2809). E o pedido? O pedido que fazemos, ao ressaltar a santidade do Pai, é recuperar nossa própria santidade – caminho para a salvação. ("Pois eu sou o Senhor, vosso Deus. Vós vos santificareis e sereis santos, porque eu sou santo. [...]" – Levítico 11:44)

2. "Venha a nós o vosso Reino": "Na Oração do Senhor, trata-se principalmente da vinda final do Reinado de Deus mediante o retorno de Cristo ("Na expectativa da nossa esperança feliz, a aparição gloriosa  de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo." – Tito 2:13)". (CIC 2818). No mundo de hoje, tomado pela violência, a falta de amor, a guerra... quem não anseia por algo melhor? ("O Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e gozo no Espírito Santo." – Romanos 14:17)

3. "Seja feita a vossa Vontade, assim na terra como no céu": "É vontade de nosso Pai 'que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade' (1 Timóteo 2:3-4). Ele 'usa de paciência, porque não quer que ninguém se perca' (2 Pedro 3:9). Seu mandamento, que resume todos os outros, e que nos diz toda a sua vontade, é que 'nos amemos uns aos outros, como Ele nos amou' (João 13:34)". (CIC 2822). Jesus se encarnou com um único propósito: cumprir a Vontade do Pai ("[...] Venho, ó Deus, para fazer a tua vontade." – Hebreus 10:7); e o fez plenamente. Logo, a Vontade de Deus foi cumprida nos céus, uma vez que é de lá que provém Jesus ("Ele lhes disse: Vós sois cá de baixo, eu sou lá de cima. Vós sois deste mundo, eu não sou deste mundo." – João 8:23). É preciso que a Vontade Divina também seja cumprida na terra, o que só poderá ser feito se nos unirmos a Cristo em Seu Amor e Obediência a Deus.

 

Os quatro últimos pedidos adquirem um caráter mais humano, pessoal. 

4. "O pão nosso de cada dia nos dai hoje": as expressões "nos dai" e "nosso" revelam uma confiança plural (por parte da humanidade) no Deus que firmou uma Aliança Eterna com Seus filhos. Tal confiança encontra fundamento em passagens bíblicas como "Todos esses seres esperam de vós que lhes deis de comer em seu tempo." (Salmos 103:27). O pão é o alimento básico de nosso cotidiano. Sem alimento, morremos. O alimento nos é dado por Deus – tanto o físico quanto o espiritual. ("Jesus replicou: Eu sou o pão da vida: aquele que vem a mim não terá fome, e aquele que crê em mim jamais terá sede."  João 6:35). Na Eucaristia, o pão (a hóstia) representa o Corpo de Cristo, entregue para nossa salvação. "A Eucaristia é nosso pão cotidiano", afirma Santo Agostinho. Por isso, é importante celebrar a Eucaristia diariamente (eis o motivo principal para se ir à missa).

Segundo o CIC: "A presença dos que têm fome por falta de pão, no entanto, revela outra profundidade deste pedido. O drama da fome no mundo convoca os cristãos que rezam em verdade para uma responsabilidade efetiva em relação a seus irmãos, tanto nos comportamentos pessoais como em sua solidariedade com a família humana." (CIC 2831, adaptado). O pedido também lembra virtudes como a partilha de bens (materiais e espirituais), a pobreza de espírito, a humildade e o amor. ("Humilhou-te com a fome; deu-te por sustento o maná, que não conhecias nem tinham conhecido os teus pais, para ensinar-te que o homem não vive só de pão, mas de tudo o que sai da boca do Senhor." – Deuteronômio 8:3)

 

5. "Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aos que nos têm ofendido": Muita gente "peca" nesta parte da oração. Se o pedido fosse só Perdoai-nos as nossas ofensas, estaríamos fazendo memória ao sacrifício de Jesus na cruz, para remissão dos pecados do mundo inteiro. Pronto. Todavia, há uma condição para que sejamos perdoados: que perdoemos, antes, aqueles que nos ofenderam. Sem este perdão, não podemos pedir nossa própria absolvição. "O amor, como o Corpo de Cristo, é indivisível: não podemos amar o Deus que não vemos, se não amamos o irmão, a irmã, que vemos ("Se alguém disser: Amo a Deus, mas odeia seu irmão, é mentiroso. Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê." – 1 João 4:20). Recusando-nos a perdoar nossos irmãos e irmãs, nosso coração se fecha, sua dureza o torna impermeável ao amor misericordioso do Pai; confessando nosso pecado, nosso coração se abre à graça." (CIC 2840, adaptado)

6. "Não nos deixeis cair em tentação": "Ninguém, quando for tentado, diga: É Deus quem me tenta. Deus é inacessível ao mal e não tenta a ninguém." (Tiago 1:13). "[...] Ele quer, ao contrário, dela [da tentação] nos livrar. Nós Lhe pedimos que não nos deixe enveredar pelo caminho que conduz ao pecado. Estamos empenhados no combate 'entre a carne e o Espírito'. Este pedido implora o Espírito de discernimento e de fortaleza. O Espírito Santo nos faz discernir entre a provação, necessária ao crescimento do homem interior em vista de uma 'virtude comprovada' (Romanos 5:3-5), e a tentação, que leva ao pecado e à morte (Tiago 1:14-15)." (CIC 2846-2847, adaptado). A tentação é combatida através da oração, como nos mostra Jesus no Horto das Oliveiras e durante toda a sua passagem pela terra.


7. "Mas livrai-nos do mal": "O último pedido ao nosso Pai aparece também na oração de Jesus: 'Não te peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno' (João 17:15). Diz respeito a cada um de nós pessoalmente, mas somos sempre 'nós' que rezamos, em comunhão com toda a Igreja e pela libertação de toda família humana. [...] Neste pedido, o Mal não é uma abstração, mas designa uma pessoa, Satanás, o Maligno, o anjo que se opõe a Deus. O 'diabo' ('diabolos') é aquele que 'se atira no meio' do plano de Deus e de sua 'obra de salvação' realizada em Cristo." (CIC 2850-2851, adaptado). Com o sétimo pedido, clamamos pela libertação de todos os males – a maior parte dos quais ocasionada direta ou indiretamente por Satanás. Enfatizamos a vitória de Cristo sobre o príncipe deste mundo; assim como a vitória de Maria e de todos aqueles que, seguindo o caminho do Filho de Deus, alcançaram a salvação, tornaram-se santos.

"Amém": opcional. Usado nas mais diversas orações e durante várias outras ocasiões, significa algo como "sim", "que assim seja", "confirmo", "concordo com tudo o que foi dito". Logo, cuidado com o uso dessa palavra, hein!


Acho que estou ouvindo suspiros de alívio, rs. Nem eu pensava que levaria dois posts (grandes) para explicar de forma razoável o Pai Nosso. E, só do Catecismo da Igreja Católica, omiti múltiplas partes, resumi outras, simplifiquei algumas frases. Recomendo a vocês a posterior leitura dos capítulos que abordam o tema, pois os mesmos trazem uma reflexão bem aprofundada sobre essa oração tão fantástica, sua presença na Bíblia e na Missa. Encerro com um trecho do Catecismo que resume a intenção do Pai Nosso, para que isso fique bastante claro.

"Rezar o Pai 'nosso' deve desenvolver em nós a vontade de nos assemelhar a ele e (fazer crescer em nós) um coração humilde e confiante. Dizendo Pai Nosso, invocamos a Nova Aliança em Jesus Cristo, a comunhão com a Santíssima Trindade e a caridade divina que se estende, pela Igreja, às dimensões do mundo. 'Que estais nos céus' não designa um lugar, mas a majestade de Deus e sua presença no coração dos justos. O céu, a Casa do Pai, constitui a verdadeira pátria para onde nos dirigimos e à qual já pertencemos." (CIC 2800)

Nota: a(s) imagem(ns) que ilustra(m) o post não me pertence(m). Foi(ram) retirada(s) da Internet.

0 comentários:

Postar um comentário

Comente! Sua opinião é muito válida e importante! :)